As grandes cidades, como Lisboa, cuja estratégia económica nos últimos anos se tem baseado no Turismo, foram fortemente afetadas pela pandemia. Desde os pequenos aos grandes negócios, as empresas estão a passar por grandes dificuldades financeiras. Porém, há quem encontrou alternativas para o desaparecimento de turistas na capital portuguesa. A Avenidas, uma empresa de motoristas dedicada aos tours e transfers de turistas em Lisboa, é um exemplo. Sem clientes para o que era a sua oferta, encontraram alternativas, e os seus motoristas passaram a levantar receitas na farmácia, a fazer compras, levar encomendas e, claro, a transportar pessoas.
“Sempre me considerei uma pessoa, cujas capacidades vêm ao de cima, quando posto à prova, quando me colocam (ou eu mesmo me coloco) sob pressão. Acho que o mesmo pode ser dito, de certa forma do meu sócio Bento Louro. Isso, e o facto de tentarmos sempre pensar ‘fora da caixa`, criou talvez o conjunto de condições necessárias para fazer face a uma crise destas”, destaca Manuel Salema Reis, sócio fundador e CEO da Avenidas. Segundo ele, a empresa sempre teve processos inventivos e práticos nomeadamente em relação a ‘user experience’. “Temos mais de 500 grupos de whatsapp, 95% dos quais, são grupos criados exclusivamente para cada cliente, por onde podem comunicar connosco em tempo-real, fazer-nos pedidos e por onde os nossos motoristas se apresentam. Somos uma empresa que, utilizando as nossas viaturas, capital humano e essa ferramenta, fornecemos praticamente qualquer tipo de serviço. Se o cliente se lembrar e tiver imaginação, nós resolvemos. É daí que vem o nosso lema, ‘Here for you’”, explica Manuel Salema.
Foi esta forma de tratar os clientes que, perante a pandemia, fez e está a fazer a diferença. “Podemos adaptar isto a qualquer necessidade (nova) que for aparecendo. Assim, começámos a ir às compras pelos clientes – aos supermercados, principalmente, mas também farmácias e quaisquer outro tipo de produtos – oferecendo uma qualidade de serviço inigualável, visto que existe um contacto constante, em tempo-real, com os nossos motoristas”, salienta. A Avenidas estabeleceu parcerias, entre outros, com supermercados, empresas de cabazes biológicos e restaurantes. Expandiram o seu escopo, passando a ter uma frota de motas, para além da de automóveis, que era a sua base, e abriram várias áreas de negócio novas. O tipo de clientes e os pedidos alteraram-se. Há quem tenha pedido para depositar cheques ou para irem às Finanças, arranjar uma empregada de limpeza, transportar o cão ou mudar uma lâmpada. “Chamamos ao nosso serviço, como um todo, de Avenidas Resolv, que é o que define a nossa capacidade de responder a qualquer necessidade que um cliente possa ter”.
Segundo o CEO da Avenidas, desde o início da pandemia a empresa quadruplicou a base de clientes, embora esteja muito longe dos níveis de faturação desejáveis. “A nossa resiliência e atitude constante de olhar para a frente e novas soluções têm-nos dado esperança e confiança que vamos ultrapassar isto. Para o futuro, queremos em primeiro lugar passar esta fase difícil e chegar à outra margem. Essencialmente, queremos, com tudo o que temos feito, com todos os novos clientes que angariámos, parcerias que fechámos, que a empresa Avenidas enquanto marca, saia reforçada desta pandemia”, deseja Manuel Salema.
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